Comunicação Eficiente: como compreender e ser compreendido?

Verônica Carneiro
4 min readAug 20, 2020

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A comunicação envolve muito mais do que palavras, envolve também a linguagem corporal e o estado emocional dos envolvidos. Para que a comunicação seja de fato eficiente é necessário que haja conexão verdadeira entre o locutor e o interlocutor. Portanto aspectos emocionais e inconscientes precisam estar abrangidos, além do próprio conteúdo em si. Se comunicar de forma eficiente é uma habilidade de extrema importância em todos os aspectos da vida, por isso descrevo aqui alguns conhecimentos que se deva ter em mente para que se melhore cada vez mais o seu poder de persuasão. As sugestões a seguir podem ser usadas em qualquer contexto, desde reuniões de trabalho a discussões com conjugues ou filhos. Quanto maior o grau de conhecimento a respeito da personalidade e temperamento do interlocutor, melhor serão os resultados.

A primeira etapa, subdividida em outras quatro, é a criação do cenário ou contexto propicio para que a comunicação possa ter inicio. Às vezes esse contexto já está pronto (como uma palestra ou aula), às vezes necessita ser criado (como uma conversa com um funcionário ou com um conjugue).

1. Foco do Interlocutor. Parece óbvio, mas não é, quantas vezes você já tentou conversar com alguém que escutava música ou estava usando o smartphone? Você conseguiu a atenção plena do seu interlocutor? Ele(a) lembrou do que você havia dito? Acho que já sei as respostas… Então comece com esta etapa tão importante, certifique-se de que quem te escuta está de fato prestando atenção em ti.

2. Postura e timbre de voz. A linguagem corporal é tão importante (ou mais) quanto à linguagem verbal, mas não damos atenção para ela. A postura indica confiança, que passa uma sensação de autoridade que é entendido como informação importante. O timbre de voz indica o estado emocional do locutor e que estado ele deseja passar na comunicação. Se for muito agressivo pode estimular os mecanismos de luta ou fuga do público, gerando um imenso desconforto e não sendo ouvido. Se for muito baixo o timbre de voz transmite insegurança e também não receberá atenção suficiente.

3. Empatia. Para que se forme uma conexão entre o público e o interlocutor é necessário que se fale na linguagem dele. Quanto maior for o conhecimento do seu interlocutor (sua cultura, suas dores, seus prazeres, seus desejos, sua personalidade, seu contexto social, etc) maior será a conexão gerada entre vocês. Com isso a comunicação vai ocorrer de inconsciente para inconsciente e seu interlocutor se sentirá “compreendido”. Figuras carismáticas, como o ex-presidente Lula, o apresentador e empresário Silvio Santos e outros utilizaram desse recurso.

4. Saber o momento correto de falar. Isso é muito importante em aulas, palestras, discursos, reuniões de trabalho e pedir um favor ao marido (rs). Quando o discurso é extenso muitas vezes é necessário que se façam algumas pausas estratégicas de mudança do foco, para depois retornar ao foco do assunto tratado, para que se diminua a dispersão da plateia. O bom humor é bem interessante nesse momento, assim como contar historias que se conectem ao conteúdo (storytelling). Outro aspecto importante é observar o estado emocional do público, que deve ser neutro ou positivo para que a conexão consiga ser mantida.

A narrativa na comunicação é tão importante quanto criar e manter o cenário da comunicação, pois ela mantem o interesse do interlocutor ativo. As etapas da narrativa são:

5. Ser claro e objetivo no discurso. Admito, esta etapa é mais difícil para as mulheres que em geral falam mais do que os homens (no caso, usam mais palavras para explicar uma situação). Discursos muito longos, excessivamente explicativos são cansativos e entediantes. Nós competimos o foco (atenção) do interlocutor com os smartphones o tempo todo, fora outras distrações que existem, portanto ser prolixo causa desinteresse.

6. Storytelling. A habilidade de contar boas histórias é uma das mais importantes na comunicação, isso porque também pode representar uma linguagem simbólica que se conecta diretamente com o inconsciente. O ser humano ama e sempre amará boas histórias, faz parte do nosso processo evolutivo e cultural desde os primórdios dos humanos nômades.

7. Colocar emoção no discurso. Isso faz parte do storytelling também, mas achei importante ressaltar. Nesta etapa é interessante usar o humor ou histórias do cotidiano. Outra questão importante é o uso intencional de palavras especificas que despertem uma emoção positiva e intensa, por exemplo: paixão, palavras de duplo sentido (humor), etc.

8. Praticar escuta ativa. Em casos de reuniões, discussões, pedidos de favores ou ordens é importante praticar a escuta ativa, para que a conexão se intensifique e se mantenha durante a comunicação. A escuta ativa consiste em prestar atenção no seu interlocutor, estar presente emocionalmente quando este se expressa, olhar nos olhos e o deixar se expressar livremente. Em casos de comunicação entre familiares ou pessoas mais próximas, o toque e o afago no momento correto intensificam ainda mais a escuta ativa.

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